Nesta série de posts, irei abordar um assunto que as vezes ainda é polêmico para muitos profissionais que trabalham com o Oracle GoldenGate, as ferramentas gráficas.
Será que vale a pena investir tempo e dinheiro para adquirir esses conhecimentos? Quais são os prós e contras destas ferramentas, quais as principais vantagens e desvantagens? E qual a tendência para os próximos anos?
E no último capítulo irei falar sobre o tão “misterioso” mundo dos micro serviços, isso mesmo, o GoldenGate agora tem uma nova arquitetura chamada de OGG MA (Oracle GoldenGate MicrosServices Architecture), aliás, já faz um tempo que existe, entretanto, por experiência (única e exclusivamente minha..rs), tenho notado que o assunto começou a chegar no Brasil na metade do ano passado, mas muitos profissionais ainda tem dúvidas ou não entendem muito bem os detalhes, como ela funciona e porque ela foi criada.
A seguir está a lista das ferramentas e a ordem dos próximos posts:
Capítulo 3 – OGG Plug-in for Oracle Enterprise Manager
Capítulo 5 – OGG MA (Oracle GoldenGate Microservices Architecture) – PARTE I
OGG MA (Oracle GoldenGate Microservices Architecture) – PARTE II
Capítulo 1 – OGG Studio
Por um bom tempo eu fiz resistência em utilizar qualquer ferramenta gráfica para administrar, monitorar e criar soluções para o Oracle GoldenGate. E isso ocorreu principalmente porque eu aprendi a ferramenta da forma mais “roots”, ou seja, usando linha de comando, e consegui integrar bem com soluções em shell script para realizar várias funções que boa parte destas ferramentas gráficas fazem (menos converter DDL CREATE/ALTER TABLE de Oracle para SQL Server de forma automática igual os meus scripts fazem…rs xD ).
Então porque investir um valor considerável nestas ferramentas gráficas, se posso criar soluções caseiras? Neste post falaremos sobre o Oracle GoldenGate Studio (OGG Studio), e eu vou iniciar citando alguns pontos que eu decidi considerar (após esses longos anos de resistência):
- Facilidade de construir soluções rápidas e visuais, sem a necessidade de implementar de imediato, ou seja, é possível planejar melhor a solução lógica, com as definições de nome de processos, trails, tabelas envolvidas na replicação etc., e refazer ou reutilizar as soluções criadas.
- Criação de todos os scripts automaticamente utilizando padrões e parametrização de acordo com as melhores práticas da Oracle, entretanto, já posso adiantar que nem sempre será a melhor opção, porém, é muito útil para a maioria dos casos, e é possível fazer alguns ajustes manuais e avançados posteriormente.
- Controle das replicações existentes no seu ambiente de forma centralizada, ou seja, adeus aquelas planilhas Excel com vários detalhes sobre local de instalação, versão dos binários, origem, destino, nome de processos, trails, configurações etc.
- Visão geral do fluxo de replicação, ou seja, todos os processos e trails envolvidos desde a origem até o destino.
Mas antes de iniciarmos no assunto, vou fazer uma breve introdução sobre o Oracle GoldenGate Foundation Suite (OGFS), que basicamente é o conjunto dos seguintes produtos: OGG Studio, OGG Veridata e OGG Management Pack (OGG Monitor + OGG Plug-in for OEM + OGG Director).
Destaquei o OGG Director, porque sua última versão (12.1.2) foi lançada em outubro de 2017, e não será lançado mais nenhuma nova versão ou bundle patches depois da 12.1.2.0.171016. Entretanto, a Oracle continua honrando com o suporte a esta ferramenta para os clientes que a possuem.
Em dezembro de 2016 foi lançado o Oracle GoldenGate Studio, que é o atual substituto do OGG Director.
O Oracle GoldenGate Studio é uma ferramenta gráfica para projetar e implementar soluções de replicação utilizando o Oracle GoldenGate de forma rápida e fácil, além disso, possui modelos de configurações utilizando às melhores práticas. A ferramenta é muito intuitiva, desta forma, não é necessário possuir conhecimentos muito avançado no OGG (porém, ainda sim é necessário um bom conhecimento), e é possível utilizar as configurações avançadas. Todas as mudanças e histórico são armazenados com segurança em um repositório de banco de dados central.
O OGG Studio consiste nos seguintes componentes:
- OGG Instance: é onde existe uma instalação do OGG.
- OGG Monitor Agent: também chamado de JAgent, é utilizado pelo OGG Studio para se comunicar com a instância de banco e a instância do OGG. Coleta dados de vários schemas no mesmo banco, porém, é necessário um agente para cada banco.
- OGG Studio Client: é a interface gráfica da ferramenta.
- OGG Studio Repository: é o banco de dados utilizado para armazenar os usuários e objetos necessário para o seu gerenciamento e pode ser um dos seguintes bancos: Oracle, MySQL, DB2 ou SQL Server.
A figura a seguir apresenta a interface do OGG Studio, onde é possível notar rapidamente quão intuitivo ela é e os diversos recursos disponíveis…
O conceito principal para entender como melhor utilizar o OGG Studio, é entender as funcionalidades que fazem parte do ciclo de vida de uma implementação:
- Criação de Projetos
- Criação de Recursos
- Criação de Soluções
- Criação de Mapeamentos
- Criação de Planos de Deploy
Criação de Projetos
Para iniciar qualquer atividade no OGG Studio, é necessário criar um Projeto, dentro dele é onde criamos as soluções e mapeamentos. Isso mesmo, no plural, dentro de um único projeto eu posso criar várias soluções e vários mapeamentos de tabela.
Criação de Recursos
Os recursos são basicamente o que teremos de disponíveis para realizar as nossas configurações, ou seja, quais bancos de dados e instances do OGG. Além disso também é possível criar mapeamentos globais que fazem parte desta funcionalidade.
Criação de Soluções
As soluções representam os padrões de replicação suportados pelo Oracle GoldenGate, e como mencionado anteriormente, uma solução faz parte de um Projeto. Uma solução consiste em um Profile que representa a definição de um caminho/padrão de replicação, ou seja, qual é a origem e qual é o destino, e como eles estão relacionados. E por um Mapping Group, que é a relação das as tabelas envolvidas nesta solução.
- Profile:
- Mapeamentos (Mapping Groups)
Criação de Planos de Deploy
Após realizar todas as etapas anteriores, a última funcionalidade é o Deploy, que pode ser feito de duas formas: Online e Offline.
- Deploy Online: é realizado automaticamente a implementação da solução em tempo real, sendo necessário que o ambientes configurados no Profile tenham o processo manager e o jagent instalado e em execução.
- Deploy Offline: o OGG Studio gera os comandos e arquivos de parâmetros em um diretório, onde é possível realizar posteriormente o Deploy. Essa opção também pode ser usada para verificar quais comandos e parâmetros serão implementados pelo OGG Studio, antes de executar o Deploy Online (Às vezes faço isso para ter um double-check das configurações).
Além da opção Deploy, o OGG Studio possui opções para realizar stop, start e kill dos processos.
Eu apresentei de forma rápida a ferramenta OGG Studio, comentei sobre as minhas experiências passadas e como mudei minha opinião sobre a utilização das Ferramentas Gráficas, embora eu ainda goste muito de fazer a maioria das configurações “a moda antiga”, usando linha de comando, confesso que me rendi também a essas ferramentas, e realmente são um ótimo apoio para administração, monitoração e implementação de soluções utilizando os famosos “clica e arrasta”, além de apresentar visão ilustrada (gráfica), com uma interface bastante intuitiva. Mas um alerta, mesmo aparentemente sendo simples e fácil, ainda requer um conhecimento técnico considerável em Oracle GoldenGate para desenhar uma boa solução.
Para saber mais sobre o licenciamento destas ferramentas gráficas, verifique no Oracle Technology Global Price List (Setembro/2020):
https://www.oracle.com/assets/technology-price-list-070617.pdf
Documentação
https://docs.oracle.com/goldengate/s1221/gg-studio/index.htm
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Obrigado Pessoal e até a próxima!
Abs,
Gilson Martins.
