Então você quer ser um DBA Oracle? – PARTE II

Confira aqui, a primeira parte do post:

Então você quer ser um DBA Oracle?

 

A pedido de algumas pessoas, este post falará um pouco sobre os pré-requisitos para iniciar uma carreira como DBA.

 

Existem muitos outros fóruns e posts sobre este assunto. O que eu vou dizer aqui se baseia única e exclusivamente na minha experiência.

 

Mas antes, vou contar como eu iniciei na área de banco de dados. E compartilhar algumas dicas do que eu aprendi e o que eu acho importante para quem está começando ou querendo iniciar uma carreira como DBA Oracle.

 

Here we go…

 

Quando comecei a minha carreira como DBA, eu não conhecia muito sobre Oracle, e tive que aprender na correria do dia a dia. Isso eu vejo hoje como um ponto positivo, porque ao mesmo tempo que eu ia aprendendo, eu estudava tudo em casa e tudo que eu lia e pesquisava, de certa forma fazia mais sentido.

Mas nessa época eu já tinha alguma experiência com banco de dados, o que foi fundamental para o meu desenvolvimento.

 

Alguns anos antes eu trabalhei como programador ASP, utilizando o banco de dados SQL Server.
O que me ajudou muito a desenvolver o conhecimento de SQL, criar consultas no banco utilizando queries e subqueries, além de conhecer a estrutura lógica do banco de dados de um sistema, que se resume basicamente em Tabelas, Índices e os seus relacionamentos.

 

Quando estamos aprendendo algo, é normal ficarmos perdidos e não saber nem por onde começar. Então ficamos pegando um pouco de informação aqui e ali, tentando associá-las, e muitas vezes fazemos algo que não sabemos o porquê estamos fazendo aquilo, mas de alguma forma funciona…rs

 

Pensando nisso, eu fiz uma compilação de “Conhecimento x Experiência“, e resumi em 3 dicas que podem ajudá-lo a trilhar um caminho para se tornar um DBA Oracle. Então vamos lá:

 

1) A primeira dica:

Procure entender como funciona um banco de dados, do ponto de vista de um sistema/aplicação.

Basicamente o banco de dados pode armazenar as informações em forma de tabelas, e as aplicações fazem consultas, utilizando a linguagem SQL, para buscar as informações necessárias, além de inserir, atualizar e/ou deletar tais informações.

 

Você já sabe fazer isso? Se já souber, é um bom começo.

 

Se familiarize com a linguagem SQL. Vou dar um ponta pé para ajudar:

 

O SQL (“Structured Query Language“) é uma linguagem padrão utilizada em praticamente todos os bancos de dados relacionais. Resume-se basicamente em 16 comandos divididos em 4 grupos:

DML – Data Manipulation Language:

* SELECT
* INSERT
* UPDATE
* DELETE
* MERGE

DDL – Data Definition Language:

* CREATE
* ALTER
* DROP
* RENAME
* TRUNCATE
* COMMENT

DCL – Data Control Language:

* GRANT
* REVOKE

TCL – Transaction Control Language:

* COMMIT
* ROLLBACK
* SAVEPOINT

Até aqui já tem bastante coisa para estudar.

 

Não vou entrar em detalhes de instalação do banco neste post, mas tenha em mãos um banco de dados (seja Oracle, SQL Server, MySQL, …) que a finalidade seja apenas executar testes. Procure exemplos de como utilizar todos estes comandos e teste um a um, sem medo de ser feliz…rs, eles são fundamentais para usar um banco de dados.

 

Este conhecimento que apresentei até aqui, digamos que é um lado da moeda, ou seja, é o lado do sistema/aplicação que são desenvolvidos para utilizar o banco de dados. Vamos ver mais para a frente qual é o outro lado.

 

Seguindo a linha da minha carreira, depois de programador, fui trabalhar com Mainframe, também conhecido como “plataforma alta“, e para quem acha que é coisa ultrapassada ou antiga, está muito por fora e provavelmente nunca viu um console de Mainframe. Mas enfim, seguindo… durante este período aprendi muita coisa sobre plataforma alta, sistemas de alta capacidade de processamento e consequentemente a criticidade que é trabalhar em um ambiente de tal importância. Qualquer comando executado tem que ser cuidadosamente analisado e pensado, porque depois que apertar o “ENTER” meu amigo, praticamente não tem mais como volta atrás…rs Então existe uma certa pressão e muita responsabilidade para realizar qualquer tarefa.

 

Neste período eu já conhecia um pouco de Linux, mas não usava com tanta frequência, e decidi instalar na minha máquina, porque assim eu tinha que usar de qualquer jeito. Quem já fez isso deve imaginar o quanto eu sofri no começo, para quem era habituado a instalar usando “next, next e finish”.

 

(Atualmente com o Ubuntu e afins, usar o Linux para desktop está muito mais fácil!)

 

Mas na época, tive que ler muita documentação, pesquisar no Google, em fóruns, encher o saco de alguns amigos que já tinham mais experiência, e me descabelar as vezes para instalar e/ou configurar algo no SO. Mas no final das contas, foi a melhor coisa que eu fiz. O que eu aprendi naqueles meses seguintes me ajudou a consolidar muitos conhecimentos em linux, e hoje eu posso dizer que eu consigo me virar bem.

 

 

Então segue a próxima dica:

 

2) Segunda dica:

Você pode continuar usando Windows se quiser, mas não desista fácil quando não conseguir fazer algo no Linux, ok? Seja persistente, procure, pesquise, com o tempo você entenderá que no começo parecia difícil e complicado simplesmente por você estar acostumado a usar um SO (Windows), que de certa forma facilita as coisas para você. Mas com o tempo, você talvez perceberá que é muito melhor ter um SO com as suas próprias configurações.

 

Vejam bem, isso não é uma crítica (direta) ao Windows, cada SO foi desenvolvido para algum objetivo.

 

Instale alguma ferramenta de virtualização de SO, eu gosto mais do Virtualbox, ele não tem nada de especial, foi com ele que eu comecei a criar as minhas primeiras máquinas virtuais e uso até hoje.

 

Baixe alguma distribuição Linux do seu gosto, não vou entrar em detalhes sobre qual distribuição é melhor que a outra. Isso é pura questão de gosto mesmo. Pela minha experiência eu diria que o Ubuntu é mais interessante para quem quer usar o Linux como Desktop no dia a dia, e porque já vem bastante coisa pré-instalada.

 

Para Oracle, eu recomendo usar alguma distribuição RPM como: Fedora, CentOS ou Red Hat, ou ainda o próprio Linux da Oracle. Como assim? A Oracle também tem o seu Linux? Sim!!! É uma distribuição baseada no Red Hat Linux, a última versão estável é a 6.3, lançada em 29 de Junho de 2012. (Só para registrar que faz tempo que escrevi esse artigo…kkkkk)

 

Até aqui nem comecei a falar de Oracle ainda…rs. Mas como disse no começo, tudo que vimos até aqui é baseado na minha experiência, e o que eu acho importante para alguém que está começando. Não é uma regra.

 

 

3) Terceira dica:

“Para a noooossa alegria” é sobre Oracle.

É preciso aprender a instalar o Oracle utilizando o Linux. Mas por quê? No Windows sem dúvida é mais simples, prático e rápido! Você pode até começar a usá-lo desta forma para praticar a dica 1. Porém, atualmente no mercado de trabalho e no mundo Oracle, Linux ou alguma outra distribuição, que chamamos de Unix-like, como: HP-UX, AIX, Solaris, SUSE etc. são os mais utilizados.

Não vou fazer aqui um tutorial sobre a instalação, porque existem centenas de sites, fóruns e afins sobre este assunto.

 

Tenho alguns amigos que já tiveram dificuldades em comum quando começaram a instalar o Oracle no Linux.

A principal delas, é quando algum comando que é executado na linha de comando não funciona. Isso pode ocorrer por vários motivos, mas normalmente ocorre simplesmente por esquecer de configurar alguma variável de ambiente. Principalmente a variável PATH. Então sugiro dar um pouco mais de atenção nesse detalhe que é extremamente importante quando utilizamos o Linux.

As variáveis de ambiente podem ser configuradas na sessão que você está usando, porém se você fizer logoff ou reiniciar a máquina, estas configurações podem ser perdidas.

 

Para isso não ocorrer, você precisa configurar um arquivo oculto que mantém todas as configurações que você colocar lá, e não serão perdidas quando for feito log-off, Restart ou a máquina desligada. O nome do arquivo pode variar um pouco conforma a distribuição que você está utilizando. Mas normalmente são um destes: “.profile” e “.bash_profile”.

 

Caso alguém tenha dúvidas, poste aqui a sua dúvida.

 

Ufa! Quanta coisa?! Bom eu não disse que ia ser fácil…rs
Mas acredito que estas dicas podem ajudá-lo a ter uma orientação de por onde começar e o que aprender para se tornar um DBA.

 

Você está pensando que eu esqueci de alguma coisa, não é?

 

Não esqueci não, lembra que eu comentei sobre um lado da moeda? Pois bem, o outro lado da moeda você vai “sentir na pele” quando estiver seguindo as dicas 2 e 3. Que é basicamente o “início” para começar a administração de banco de dados.

 

Este “submundo”, digamos assim, é de muita importância para um DBA. Por quê??? Porque para se administrar um banco de dados, você precisa conhecer pelo menos o básico do ambiente em que ele está instalado e configurado.

 

Para isso, queira você ou não, aprender um pouco de Linux não só será útil, como irá lhe tornar um DBA mais completo!! E porque o mercado exige isso…rs Então se você quer se tornar um DBA Oracle, você não tem muita escolha. 😉

 

Claro que, isso ainda está bem longe da administração de um banco de dados. Mas com esses conhecimentos, você terá, digamos, mais ferramentas para chegar até lá.

 

Assim eu finalizo a segunda parte deste post: “Então você quer ser um DBA Oracle?”

 

Boa sorte nesta jornada, espero que eu tenha lhe ajudado a dar alguma direção nos seus estudos.

 

E talvez você irá perceber que estas três dicas andam sempre juntas, como se fosse um ciclo de evolução. Bem a grosso modo, eu estou tentando dizer que existem pelo menos três áreas de atuação que um DBA precisa estar familiarizado e saber se virar razoavelmente bem: Programação, Sistema Operacional e claro Banco de Dados. Mas isto será assunto para outro post.


Confira aqui mais dicas de como se tornar uma DBA, na Parte III do post:


 Forte abraço a todos!!

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Gilson Martins 


Então você quer ser um DBA? Parte 3

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